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Quem somos

Arte, design, curadoria e escrita levaram-nos a criar programas educativos para exposições de arte e workshops de design e arquitectura. Com o tempo, percebemos que as nossas audiências – estudantes, professora(e)s e académica(o)s – reclamavam continuamente da falta de acesso a conhecimentos sobre suas próprias raízes culturais e históricas, levantando a questão: porquê nos falta conhecimento sobre a arte, design, filosofia, história ou oralidade africana?

O processo de edificação de conhecimento como o vivenciamos hoje em Angola, e em muitas sociedades africanas contemporâneas, é amplamente baseado em legados coloniais que visaram a extinção da identidade africana. No caso particular de Angola, a ideologia colonial portuguesa da assimilação implantou um sistema que permitia o acesso à educação e ascensão social colonial a uma pequena parte da população africana, suprimindo, denegrindo ou eliminando grande parte dos conhecimentos ancestrais transmitidos por práticas orais, rituais, técnicas e tecnológicas.

A longa guerra civil e a subsequente negligência do nosso sistema de ensino contribuíram significativamente para a manutenção de um padrão educativo que até hoje se baseia na ausência desta sabedoria.

Por isso criamos O Arquivo Vivo, uma plataforma digital gratuita dedicada ao arquivo, pesquisa e partilha destes conhecimentos, e publicação digital multimédia de obras que reflictam e nutram mundividências angolanas, africanas e afrodescendentes, incluindo contribuições doutras culturas do mundo.

Em Angola, em África e noutras latitudes, a descolonização libertou territórios, mas não os corpos e as mentes. Descolonizar o pensamento é um dos grandes desafios da nossa época e conhecer as nossas raízes é o primeiro passo para vivermos realidades conscientes que poderão engendrar seres e obras verdadeiramente independentes. Queremos contribuir para a construção de futuros em que não só coexistimos pacificamente com as nossas diferenças como também somos inspirados pela presença, potencial e diversidade da nossa riqueza cultural.